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sábado, 7 de fevereiro de 2009

Castelo de Vila Verde dos Francos – Alenquer - Lisboa

 Castelo Vila Verde dos Francos

Como o nome da localidade indica, Vila Verde dos Francos tem origem no estabelecimento de uma comunidade estrangeira, concretamente de franceses que, após as conquistas de Lisboa, Sintra, Almada, Palmela e Alenquer, foram agraciados por D. Afonso Henriques com terras e benefícios. Ao que tudo indica, a carta de doação passada pelo nosso primeiro monarca data de 1160 e teve como interlocutor D. Alardo, um dos capitães francos que participou no assalto à futura capital do reino.

Infelizmente, pouco sabemos acerca do castelo então erguido, que deve ter sido um monumento de relativo impacto no panorama da arquitectura militar nacional. De acordo com uma interpretação tradicional, atribui-se o comando dos trabalhos de edificação da fortaleza ao próprio D. Alardo, informação que, a confirmar-se, abre um leque de perspectivas interpretativas que poderão vir a reforçar a importância deste local, assim exista um coerente plano arqueológico de investigação do castelo. O facto de o seu arquitecto poder ser estrangeiro, com as consequentes "novidades" planimétricas e volumétricas ditadas por um homem de distinta formação que os arquitectos portugueses da altura, é um dado acrescido que reforça a necessidade de um plano de investigação no local.

As escassas aproximações a este monumento deixam antever uma planta irregular, adaptada às condicionantes topográficas, embora esta análise careça de fundamento. O que resta da torre de menagem (de secção quadrangular) localiza-se num dos extremos da muralha, um indicador que aponta para uma cronologia mais avançada que a tradicionalmente apontada, já em pleno período gótico, uma vez que os castelos românicos optaram por situar a torre de menagem isolada no pátio central, sem contacto com as muralhas. A entrada situava-se lateralmente à torre, o que sugere igualmente uma cronologia gótica, desempenhando a torre as funções de defesa activa do acesso.

Sem obras aparentes no final da Idade Média e durante a época moderna, as informações que nos chegaram do século XVIII referem que o castelo já se encontrava bastante arruinado. No século XX, Vila Verde dos Francos escapou à vaga restauradora estado-novista, não integrando a lista de monumentos simbolicamente relevantes para a ideia de "portugalidade" veiculada por aquele regime. Os poucos trabalhos de restauro aqui desenvolvidos datam da década de 80 do século XX e limitaram-se à desobstrução de arbustos das muralhas e à consolidação elementar dos muros.


Texto: PAF / IPPAR

Outras Ligações:

  • Inventário do Património Arquitectónico (DGEMN)
  • Instituto Português de Arqueologia
  • Castelo de Vila Verde dos Francos (Pesquisa de Patrimônio / IPPAR)
  • Castelo de Vila Verde dos Francos (pt.wikipedia)
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