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segunda-feira, 27 de abril de 2009

Castelo de Sesimbra

 

Castelo de Sesimbra

O Castelo, a mais antiga fortaleza de Sesimbra, está implantado no topo de um morro a norte da Vila, dominando toda a baía. Esta notável obra militar dos Sarracenos, não disponibilizou até hoje nenhum artefacto que a permitisse datar a época da se sua edificação, só foram encontrados, neste morro alguns materiais pré-históricos e proto-históricos indicando a existência de ocupação anterior do mesmo.

Foi conquistado aos Mouros em 21 de Fevereiro de 1165, por D. Afonso Henriques e abandonado em Junho de 1189, devido á investida do Califado Almoada do Mirambolim Iacube então rei de Sevilha, que reconquistou Alcácer do Sal e prosseguindo até Sesimbra atacou o Castelo destruindo toda a sua estrutura defensiva até aos alicerces. Só em 1200 foi possível ocorrer a tomada definitiva de Sesimbra, no reinado de D. Sancho I, com a ajuda militar dos Cruzados Francos. O Monarca ordenou então a reconstrução desta praça forte, tendo-se destacado os amigos de D. Guilherme de Flandres, que se ofereceram para povoar e defender esta importante zona do litoral.

O novo Castelo delimitado pela antiga Alcáçova foi construído de acordo com as recentes técnicas militares do Gótico, tendo por ex-libris a torre de menagem ligada á muralha que passou a envolver a vila de então, tendo D. Sancho I atribuído o 1º Foral de Sesimbra em Agosto de 1201, confirmado em 1218 por D. Afonso II.

Em 1236, D. Sancho II, como forma de recompensa à Ordem de Santiago, pelos serviços prestados nas querelas da reconquista do território, fez doação da Vila e do Castelo à Ordem de Santiago .

No reinado de D. Dinis em 1323, este ordena novas obras de restauro, erguendo também o torreão a poente e conferindo á vila vários privilégios e demarcando-lhes largos limites concelhios. Mais tarde já no reinado de D. Fernando, a fortificação sofre de novo danos terríveis, provocados pela armada Castelhana fundeada no Tejo, fazendo o cerco a Lisboa e pilhando e destruindo os arredores. No relatório da  "visitação" efectuada em 1516 por D. Jorge, Mestre da Ordem de Santiago, é notório o estado de degradação do Castelo, o que levou a nova intervenção para restauro do mesmo em 1570.

Entre 1640/48 no período da Restauração, D. João IV incumbiu o eng. real João de Cosmander de reconstruir o Castelo, tendo este acrescentado revelins em locais estratégicos. Posteriormente em 1721 efectua-se o restauro da Igreja de Santa Maria do Castelo, que fora edificada por D. Afonso Henriques.

O terrível Terramoto de 1755, arrasa Lisboa e arredores e o velho castelo quase sucumbe á sua fúria devastadora, tendo ficado com danos que o tempo se encarregou de os tornar quase irrecuperáveis. Em 1934/44 a Direcção Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais efectua as obras de restauro e recuperação do monumento dando-lhe a feição que actualmente conhecemos.

Dessas obras destacamos:

DGEMN: 1933 / 1945 - apeamento e reconstrução de extensos panos de muralha, adarves e merlões; reconstrução da torre do ângulo NO. e das torres que flanqueiam as portas do castelo; demolição de paredes no interior do castelo e rebaixamento do pavimento da praça de armas; desobstrução da cisterna da alcáçova; rebaixamento do terreno exterior ao castelo, junto à porta principal; reintegração das portas; reconstrução dos baluartes triangulares; reconstrução das condutas de águas pluviais para as cisternas do castelo; 1983 - reconstrução da escada de acesso ao adarve, com sapatas em betão ciclópico; apeamento e reconstrução de merlões.

Em 1998 é a vez da Câmara municipal de Sesimbra intervir por forma a alindar e aumentar o clima de segurança do Castelo.

Dessas obras destacamos:

Câmara Municipal de Sesimbra: 1998 - colocação de gradeamentos, portas de madeira em todos os vãos de acesso ao interior do Castelo; recuperação das casas de apoio (ao lado da Igreja).

  • Descrição : Planta irregular, alongada no sentido NE. / SO.

Castelo de Sesimbra - Planta

No topo N. a Alcáçova de planta poligonal, reforçada por 2 torres rectangulares, a do N. de maiores dimensões, a torre de menagem porta de acesso entre 2 cubelos quadrangulares; no topo S. uma torre vigia de planta rectangular. O pano da muralha, vertical, rematado por merlões quadrangulares, rasgados por seteiras, com adarve envolvente, é reforçada do lado N. por um cubelo semicircular; 4 baluartes triangulares de forte jorramento encostam-se ao pano da muralha, 2 a N.; 2 a S.; 2 portas rasgam o circuito, uma a NE., a Porta do Sol, entre cubelos prismáticos, com vestígios de uma barbacã defensiva, outra a NO., a Porta da Azóia, rasgada a seguir a uma reentrância da muralha e reforçada por cubelo prismático, antecedida por barbacã com porta em arco redondo. A torre de menagem da Alcáçova e a torre vigia têm 2 pisos, sendo o 1º em abóbada de cruzaria de ogivas sobre colunas com capitéis fitomórficos (torre de menagem) e em madeira (torre vigia). No interior da Alcáçova uma cisterna, outras duas dentro do recinto no qual se localiza a Igreja de Santa Maria.

Bibliografia : O Castelo de Sesimbra, Boletim da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, nº 34 / 35, Lisboa, 1943 - 1944; MOREIRA, Cor. Bastos, O Castelo de Sesimbra, Jornal do Exército, Outubro, 1966; CALLIXTO, Carlos, As fortificações marítimas da praça de Sesimbra, O Dia, 17 Agosto 1979; SERRÃO, Eduardo da Cunha e SERRÃO, Vítor, Sesimbra Monumental e Artística, Sesimbra, 1986; MECO, José, O azulejo em Portugal, Lisboa, 1987.

Transcrição da página da - DIRECÇÃO GERAL DOS EDIFÍCIOS E MONUMENTOS NACIONAIS

Fonte: Sesimbra.com

Outros Links:

  • Inventário do Património Arquitectónico (DGEMN)
  • Instituto Português de Arqueologia
  • Castelo de Sesimbra (Pesquisa de Património / IPPAR)
  • Castelo de Sesimbra (pt.wikipédia)
  • Castelo de Sesimbra (sesimbra.com)
  • Castelo de Sesimbra (Guia da Cidade)
  • Castelo de Sesimbra (azeitão.net)

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    sexta-feira, 24 de abril de 2009

    Castelo de Santiago do Cacém

     Castelo de Santiago do Cacém

    As escavações realizadas no território correspondente na actualidade ao concelho de Santiago do Cacém revelam as remotas origens dos vestígios de ocupação humana na região, desde o Paleolítico, passando pelo Neolítico, até ao período da conquista romana, ao qual remontam as ruínas de Miróbriga, numa comprovação da adequação dos seus terrenos à prática agro-pecuária.

    O antigo povoado de Santiago do Cacém terá, então, entrado num longo processo de declínio, por volta do século IV d. C., até à chegada dos mouros, em 712. Passou a ser, então, conhecido por Cacém, denominação eventualmente atribuída a partir do nome do seu governador árabe, Kassen, ainda que uma lenda local a atribua a nobre aportada do Mediterrâneo oriental que, após matar Kassen e conquistar o castelo no dia de Sant'Iago, o baptizou de Sant'Iago de Kassen.

    Independentemente destas considerações, os mouros ergueram um castelo na povoação tomada pelos Templários em 1157, para ser perdida em 1185 e recuperada, logo no ano seguinte, pela Ordem de Santiago da Espada (ou dos Espatários), que a receberam por doação régia, formando-se, assim, a designação pela qual passou a ser conhecida: Santiago do Cacém. O que não obstou a que fosse tomada pelo Califado almóada em 1191, até que, em 1217, passou, em definitivo, para a posse dos cristãos, reafirmando D. Afonso II (1185-1223) a doação efectuada por seu pai à Ordem dos Espatários (vide supra).

    Mais de um século depois, o castelo, propriamente dito, encontrava-se na posse da princesa D. Vetácia, próxima da Rainha Santa Isabel, regressando à Ordem com a morte da proprietária, até que Filipe II (1578-1621) o doou aos Duques de Aveiro, em 1594, transferindo-se para a Coroa em 1759, numa altura em que se encontrava já bastante danificado. Uma situação agravada pela destruição parcial do muralhado provocada pela construção da igreja Matriz, no século XIII, assim como pela utilização do seu recinto interno como cemitério da Vila, a partir do século XIX.

    Implantado no topo de um morro, sobranceiro à povoação e de modo destacado na ampla planície, este exemplar da castelologia portuguesa desenvolve-se num paralelogramo de 190 metros de comprimento, exibindo dez torres e cubelos rasgados por seteiras e caminho de ronda, assim como a barbacã, conservada ainda na sua quase totalidade ("Santiago do Cacém", p. 506), características que lhe valeram, a par das "memórias" que encerra e simboliza, a sua inclusão no primeiro documento português de classificação de estruturas antigas como "monumentos nacionais", publicado em 1910.


    Texto: [AMartins] / IPPAR

     

    Outras Ligações:

  • Inventário do Património Arquitectónico (DGEMN)
  • Instituto Português de Arqueologia
  • Castelo de Santiago do Cacém (Pesquisa de Património / IPPAR)
  • Castelo de Santiago do Cacém (pt.wikipédia)
  • Castelo de Santiago do Cacém (Guia da Cidade)
  • Castelo de Santiago do Cacém (O Leme)
  • Lenda da Fundação do Castelo

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    quinta-feira, 23 de abril de 2009

    Castelo de Palmela - Setúbal

     Castelo de Palmela - Foto Jorge Cascalho

    O conhecimento que, na actualidade, possuímos a respeito do castelo de Palmela (graças a quase década e meia de intervenções arqueológicas) é muito diferente do que há alguns anos fazia história. Sede da Ordem de Santiago na Baixa Idade Média, e ponto fundamental na história militar do reino de Portugal, sabe-se, hoje, que a sua relevância no contexto regional é bem mais antiga, recuando ao período romano. A partir desse momento fundacional, testemunhado por espólio cerâmico, não mais parece ter havido interrupção de povoamento. No período visigótico, voltamos a encontrar elementos cerâmicos de transição (com paralelos em outros pontos da península) e dois capitéis que, apesar de resgatados em contextos islâmicos dos séculos IX-X, é de admitir que possam pertencer aos séculos de domínio visigótico ou, em alternativa, a comunidades moçárabes, facto que, a confirmar-se, viria trazer novos dados sobre a permanência cristã no local até cronologias muito tardias, eventualmente em ligação com o próprio poder emiral.


    A época islâmica encontra-se, hoje, sobejamente documentada. Nas chamadas galerias (sector nascente), apesar das escassas dimensões das salas, foi possível confirmar "uma intensa continuidade ocupacional do sítio durante todo o período da presença islâmica", reveladora de múltiplas remodelações num espaço habitacional ligado à muralha Norte do recinto. Os testemunhos mais antigos pertencem aos séculos VIII/IX, o que demonstra a importância do castelo logo na primeira fase de domínio islâmico na península.


    Apesar do imenso espólio cerâmico resgatado, e de outros materiais provenientes de construções, a evolução do espaço fortificado é ainda motivo de debate. De acordo com as conclusões de Isabel Cristina Fernandes, que temos vindo a seguir, a primitiva estrutura militar islâmica situava-se na secção nascente do actual castelo, adaptando-se às condicionantes do terreno e desenvolvendo-se em planta rectangular ligeiramente em semi-círculo, tendo o acesso pelo lado ocidental. Numa segunda fase, que se pode considerar entre os séculos X e XII, o espaço fortificado ampliou-se extraordinariamente, passando a abranger o núcleo central e ocidental do actual castelo. Datará desse período a construção do poço-cisterna (posteriormente integrado na igreja de Santa Maria), e da porta em cotovelo do lado Norte, ainda hoje a entrada principal no recinto.


    Em 1147, Palmela passou a ser controlada pelas forças cristãs. No entanto, até à conquista definitiva de Alcácer do Sal, já no século XIII, a região (e em particular o curso do rio Sado) esteve sujeita aos ataques islâmicos. Alguns estratos arqueológicos do século XII revelam níveis de destruição que "deverão corresponder ao (...) arrasamento do castelo por Ya'qub al-Mansur em 1191. Em 1186, o castelo havia sido doado à Ordem de Santiago, que terá sido o primeiro estabelecimento dos freires, antes de estabelecerem sede em Santos-o-Velho, na cidade de Lisboa.


    Ao longo da Baixa Idade Média, o conjunto teve várias obras, entre as quais se contam a reconstrução / reformulação santiaguista (provavelmente na viragem para o século XIII), em que se incluirão algumas torres.

    Posteriormente, provavelmente em época dionisina, ter-se-á construído a torre de menagem, vincadamente gótica e protegendo a entrada principal no reduto. No século XV, a instalação definitiva da Ordem em Palmela motivou grandes obras, em particular no sector ocidental, onde se construíram a Igreja de Santiago e o convento. Este último espaço, foi transformado, na década de 70 do século XX, em pousada e mais recentemente, ao abrigo do projecto de animação e dinamização do castelo de Palmela, iniciaram-se as escavações arqueológicas e transformaram-se alguns espaços em salas museológicas e áreas de serviço e de comércio.

    Texto: PAF / IPPAR

    Outras Ligações:

    quarta-feira, 22 de abril de 2009

    Castelo de Coruche - Setúbal

     

    O Castelo, arrasado pelos mouros em 1180, do qual não existe o menor vestígio.

    No local da fortaleza foi erguida a ermida de Nossa Senhora do Castelo e no seu adro o grande miradouro da vila oferece um magnífico panorama dela própria, do rio e da campina do vale do Sorraia.

    O belveder é unanimemente considerado a coqueluche de Coruche.

    terça-feira, 21 de abril de 2009

    Castelo de Coina-a-Velha - Setúbal

     

    0 castelo de Coina deve ter sido destruído por ataque muçulmano e nunca chegou a ser reconstruído.

    Na zona, existem os restos do que chamam o «castelo dos mouros» onde se vêem muralhas e torres, e uma cisterna. Acerca dele corre uma lenda, que Joaquim Rasteiro menciona e que ainda o guarda da próxima ermida de S. Pedro nos repetiu: os mouros aqui deixaram três casas subterrâneas, uma cheia de armas, que já fora aberta (a cisterna), outra cheia de ouro e outra com peste, pelo que ninguém se atreve a procurar o ouro com receio de encontrar a peste.

    quinta-feira, 9 de abril de 2009

    Castelo de Canha – Montijo - Setúbal

     

    O Castelo de Canha localizava-se na povoação de mesmo nome, concelho do Montijo, Distrito de Setúbal, em Portugal.

    História

    No contexto da Reconquista cristão da península Ibérica, Canha constituía, com Alcoutim, Cabrela, Ferreira, Mértola e Torrão, a fronteira Nordeste-Este da Ordem de Santiago na região. Possuiu castelo, do qual apenas nos resta o nome na rua principal, cuja localização, hoje desconhecida, seria a cavaleiro da povoação. Este integrava uma rede defensiva mais ampla que compreendia sete outros: Castelo de Almada, Castelo de Belmonte Samora Correia, Castelo de Cabrela, Castelo de Coina-a-Velha, Castelo de Palmela, Castelo de Sesimbra e o Castelo de Setúbal.

    Quando as forças de Abu Yusuf Ya'qub al-Mansur, por volta do ano de 1190 avançaram para o Norte, arrasaram alguns castelos nomeadamente os Castelo de Alcácer do Sal, Castelo de Coina-a-Velha, Castelo de Coruche e Castelo de Palmela, entre outros. O de Canha também terá sido danificado, iniciando-se então, a sua decadência até não mais restar, em nossos dias, vestígio algum.

    Obtido na Wikipédia

    Castelos - Distritos

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