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domingo, 15 de março de 2009

Forte Novo – Cascais - Lisboa

 

O Forte Novo, como o nome indica, foi construído em época posterior ao forte (ou fortes) antigo/s, ou seja, aqueles construídos ao longo dos séculos XVII e XVIII e que tiveram como objectivo a defesa da baía de Cascais e, de forma mais ampla, o controle da entrada do Tejo, numa linha de costa que se estende desde o Cabo da Roca até à cidade de Lisboa.

A sua construção deve remontar às primeiras décadas do século XIX, apontando-se o ano de 1832 como o mais provável, uma vez que, em 1833, já aparece mencionado na Planta da Costa, compreendida entre o Cabo da Roca e Cascais. Os objectivos da sua edificação, pelo contrário, estão ainda envoltos em alguma dúvida, pois, nessa altura, Cascais era uma das localidades do reino melhor servida de fortes costeiros. No entanto, vivia-se a guerra civil que opunha liberais a miguelistas, um facto que deverá ter sido decisivo dado que, retirando-se as tropas absolutistas da região de Lisboa em Outubro de 1833, o forte novo foi abandonado. Trinta e cinco anos depois, em 1868, o capitão de engenharia António Joaquim Pereira noticia estar já muito arruinado, o que parece ser esclarecedor quanto à menor qualidade do projecto arquitectónico, ou, em alternativa, à extrema rapidez da sua construção, que terá privilegiado características mais utilitárias que propriamente monumentais.

Planimetricamente, esta pequena fortificação tem paralelos imediatos com as de Cresmina, Praia do Guincho, Alta e Galé, numa linha de continuidade em relação a outras obras militares costeiras setecentistas. De secção levemente estrelada, com prolongamentos em cunha sobre os ângulos de um hipotético quadrado, possuía porta axial voltada a terra (neste caso a Norte). No interior, os compartimentos da guarnição adossavam-se à secção setentrional, ladeando a porta, enquanto que a face voltada a Sul era preenchida com as canhoeiras. Estas, segundo a descrição de CALLIXTO, 1940, seriam seis e estavam assentes sobre um parapeito de três lanços, no segmento central do muro.

A história do conjunto foi muito atribulada ao longo do último século e meio. Em 1872, o terreno onde se encontra o imóvel foi adquirido pelo Visconde de Gandarinha, que preservou o monumento da destruição, quando Pedro Lourenço de Seixas Barrucho aí pretendeu construir um novo imóvel. Infelizmente, esta preservação não foi acompanhada de passos conducentes à efectiva reabilitação do conjunto e, na actualidade, o que dele resta é desolador, limitando-se a pequenos troços de muros sem leitura definida.

Às portas de Cascais, entre a Boca do Inferno e o farol de Santa Marta, e diante da Pedra da Nau, o forte deve ser considerado como uma memória das Lutas Liberais em Portugal e mais um dos muitos elementos de arquitectura militar que defenderam a cidade de Cascais durante a época moderna.

Fonte: PAF / IPPAR

Outras Ligações:

  • Inventário do Património Arquitectónico (DGEMN)
  • Instituto Português de Arqueologia
  • Forte Novo (troço de muralha) (Pesquisa de Património - IPPAR)
  • Forte Novo (pt.wikipédia)
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