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segunda-feira, 16 de março de 2009

Bases da muralha de Cascais - Lisboa

 

A primordial razão da excepcional beleza de Cascais é, sem dúvida, o mar. É com estas palavras que se inicia uma das múltiplas obras dedicadas a Cascais.

Geograficamente implantado numa zona privilegiada, entre a Serra e o Mar, o território ocupado nos nossos dias pela localidade de Cascais cedo atraiu diferentes comunidades humanas que nele procuraram os recursos essenciais à sua sobrevivência ao longo de milénios.

Não admira, por conseguinte, que uma das actividades eleitas pelas populações nele fixadas fosse a piscatória, beneficiada pela existência de várias enseadas que proporcionavam as condições necessárias ao abrigo de homens e de embarcações.

Um dos epicentros do quotidiano das gentes de Cascais localizou-se na Praia da Ribeira, ou Praia do Peixe, como será mais conhecida localmente.

Foi justamente nesta praia que se construiu um sistema defensivo constituído por dois bastiões, do qual remanesciam, até às inundações de Novembro de 1983, as bases do muralhado que o suportava na origem e emoldurava a enseada onde se erguiam, defendendo, juntamente com o Forte de Santa Catarina, a parte oriental da enseada da vila

Esta estrutura relacionava-se, na verdade, com outra especificidade do termo de Cascais. Referimo-nos ao facto de a proximidade mantida com Lisboa, o seu porto aberto a todo o tipo de embarcações e - de novo - a sua privilegiada situação geográfica, conferirem-lhe uma condição de antecâmara à capital. Particularidades mais do que suficientes para que fosse rapidamente escolhido como um dos principais baluartes na defesa da barra de Lisboa.

A sua edificação veio, por conseguinte, dar corpo ao plano traçado por D. António Luís de Meneses, Conde de Cantanhede e Governador da Praça de Cascais durante o período pós-Restauração, para construção de uma cintura defensiva ao longo da Costa da vila, formada por um conjunto de fortalezas, a exemplo dos fortes do Guincho, de Nossa Senhora da Guia, de Santa Marta e de São Jorge de Oitavos, ainda que já existissem estruturas defensivas antes de 1580.

De facto, quando "[...] o exército espanhol , chefiado pelo duque d'Alba, entrou em Cascais encontrou uma resistência com que não contava. Um punhado de soldados, fiéis a D. António, sob o comando de D. Diogo de Meneses entrincheirou-se na torre fortificada [joanina] e lutou, encarniçadamente, até a artilharia inimiga ter provocado tais estragos nas muralhas que foi obrigado a render-se.".

E terá sido, precisamente, após estes eventos que se abaluartou a antiga "Torre de Cascais" .

Fonte: [AMartins] / IPPAR

Outros Links:

  • Inventário do Património Arquitectónico (DGEMN)
  • Instituto Português de Arqueologia
  • Bases da muralha que ligava os dois baluartes da praia da Ribeira (Pesquisa de Património - IPPAR)
  • Bases da muralha na wikipédia
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