O Forte de Nossa Senhora da Conceição fazia parte do conjunto de fortalezas joaninas integradas na defesa da linha de costa entre São Julião da Barra e o Cabo da Roca. A edificação deste conjunto, ordenada por D. António Luís de Meneses, governador da Praça de Cascais, foi iniciada em 1642, e a fortaleza estava já operacional em 1646.
Denominada na época Baluarte do Rio do Bode, a fortaleza possuía uma estrutura básica que correspondia "(...) aos mesmos princípios construtivos que identificam os fortes levantados ao longo da costa a seguir à Restauração (...)". Implantado sobre a extremidade oriental da baía de Cascais, numa saliência rochosa, o Forte de Nossa Senhora da Conceição era um elemento fundamental na sua defesa, uma vez que cruzava fogo com a Cidadela de Cascais, "(...) embaraçando deste modo a aproximação do inimigo (...)" .
Com o avanço da engenharia militar e das técnicas de guerra no início do século XIX, o forte acabaria por se tornar "obsoleto", sendo desactivado e demolido na primeira metade da centúria. Em 1868 o Duque de Palmela comprou o imóvel, demolindo-o nesse mesmo ano. Em 1873 tinha sido edificado no lugar da fortaleza um chalet , projectado por Thomas Henry Wyatt .
A construção da Casa Palmela destruiu por completo a estrutura do Forte de Nossa Senhora da Conceição, pelo que o que se conhece da estrutura seiscentista da fortaleza baseia-se em mapas e descrições do século XVIII. Apresentando uma planimetria fora do comum, devido à sua adaptação à topografia do terreno, a fortaleza possuía uma bateria rectangular, que terminava em V, postando-se sobre a escarpa. Na ponta oposta foram edificados os alojamentos, a cozinha, o paiol e a casa da palamenta, dispostos em frente da praça de armas. Sobre as edificações existia um terraço com parapeito, ao qual se acedia por uma escada disposta a partir da plataforma da bateria.
Embora tenha sido objecto de algumas obras de remodelação e modernização em finais do século XVIII, o Forte de Nossa Senhora da Conceição manteve intactas, até à data da sua demolição, a "organização funcional" bem como o "traçado das estruturas" seiscentistas. O muro ameado que actualmente se dispõe em volta da Casa Palmela não pertence ao conjunto original da fortaleza, tendo sido edificado quando a casa foi construída, para o caso de, em tempos de guerra, ser necessário guarnecer o local com tropas de infantaria.
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