O povoamento de Ranhados remonta à época proto-histórica, altura em que aqui se terá implantado um povoado, que foi posteriormente romanizado, datando deste último período alguma cerâmica identificada por Adriano Vasco Rodrigues. As origens do castelo medieval recuam a 1286, altura em que D. Dinis passou carta de foral à localidade. É a este monarca que se atribui a edificação do castelo, provavelmente em associação com as Ordens do Templo e do Hospital, que possuíam territórios na zona. O local escolhido apresentava condições favoráveis, a cerca de 840 metros de altitude e na confluência de dois cursos fluviais (Rio Torto e Ribeira da Teja).
A fortaleza encontra-se em muito mau estado de conservação e foi objecto de obras posteriores que a desfiguraram parcialmente. Em todo o caso, é ainda possível perceber a organização geral gótica. Planimetricamente, o perímetro tem a forma oval, característica das vilas novas de Trás-os-Montes e Alto Douro fomentadas por D. Afonso III e D. Dinis. Não se registam vestígios de torre de menagem associada à porta principal, o que poderá indicar tratar-se de uma fortaleza secundária, independentemente desta apreciação poder vir a ser contrariada por futuras intervenções arqueológicas. Conhecem-se duas torres, uma a reforçar o ângulo Sudeste, oposto à entrada, e outra no interior do recinto, aparentemente associada a uma segunda porta (da Traição), de menores dimensões e protegida por dupla muralha, implantada a nascente do conjunto. Esta torre possui ainda entrada em arco apontado e compartimento abobadado com solução de cruzaria de ogivas. A cerca era parcialmente corrida por adarve, a que se acede por escadaria de um dos lados da porta principal.
Não consta que a fortaleza tenha desempenhado papel relevante na defesa do território, razão que terá favorecido o seu rápido declínio. No reinado de D. Fernando, o castelo foi doado aos Távoras, admitindo alguns autores que deve antes corresponder a este reinado a edificação do conjunto militar, hipótese razoável tendo em conta a aparente simplicidade do projecto e as diferenças em relação ao que foi mais comum na viragem para o século XIV (em particular a aparente inexistência de torre a defender activamente a porta).
Em 1512, D. Manuel passou foral à povoação, mas esta encontrava-se já em estado de pré-abandono. Na época moderna, esta tendência acentuou-se até à extinção do estatuto concelhio de Ranhados, consumada em 1836. A partir de então, o castelo passou a desempenhar as funções de cemitério da freguesia e foi nessa qualidade que, há escassas décadas, se reforçou um dos muros exteriores.
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