Foto: Castelo de Alfeizerão, Portugal: vestígios. Aproximadamente ao centro, o marco geodésico
O que resta do castelo de Alfeizerão não foi ainda objecto de um estudo monográfico rigoroso, devidamente acompanhado pelo contributo arqueológico. A relevância estratégica da localidade no nascente reino de Portugal, em expansão para Sul perto dos meados do século XII, certamente determinou um fenómeno de militarização da zona, que constituía um dos escassos portos de abrigo da revolta costa atlântica a Norte de Lisboa. Com efeito, a cerca de 3 Km situa-se a localidade de São Martinho do Porto e o castelo é o principal ponto defensivo entre Peniche e a Nazaré, dispondo, aparentemente, de um pequeno porto de abrigo.
O castelo implantou-se numa colina dominante sobre a costa e uma extensão de terra interior, a cerca de 45 metros de altitude. Apesar da destruição maciça da estrutura, resta parte de um pano de muralha, composto por aparelho isódomo, que ligava dois torreões semicirculares, de volumetria original desconhecida. Aparentemente, o recinto seria de planta quadrangular, defendido por oito torreões e integrava torre de menagem isolada no pátio, ligeiramente descentrada para o lado nascente (voltado a terra).
Escasseiam as referências à vida do castelo durante a Baixa Idade Média, mas o seu declínio está relativamente documentado, acompanhando o progressivo assoreamento do porto. No século XVI, este entreposto marítimo tinha ainda a capacidade para albergar 80 navios de grande porte, mas os séculos seguintes foram marcados por uma progressiva decadência. Em 1755, o terramoto destruiu parte da fortaleza, que não voltou a ser reconstruída, sintoma evidente da perda de importância do local em termos militares. Em meados do século XX, o que dele restava estava na posse de privados e, em 1973, procedeu-se a uma primeira abordagem arqueológica ao conjunto, que não teve, contudo, continuidade.
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