Foi numa plataforma superior de um picôto elevado, isolado e coberto de carvalhos sobranceiro ao vale do rio Mousse, situado a cerca de 35 km da cidade de Chaves, que se ergueu o "Castelo do Mau Vizinho", ou o "Castelo dos Mouros", como é geralmente conhecido.
Embora tenha sido descoberto por António da Eira e Costa entre os finais da década de sessenta e os inícios dos anos setenta do século XX, foi apenas em 1981 que arrancou a primeira campanha arqueológica neste local, seguida de uma outra realizada passados somente sete anos.
O sistema defensivo deste "castelo" era originalmente composto de uma linha de muralha erguida com blocos de xisto, e que terá sido completado pela própria natureza defensável do sítio, cujos afloramentos possibilitaram a construção de um torreão central, bem como de outras estruturas de carácter perecível, eventualmente relacionadas com a existência de uma segunda linha de defesa.
Durante algum tempo, interpretou-se este sítio arqueológico como um santuário pré-romano, contrariando, desse modo, a inferência que se poderia retirar da própria designação do monumento, ou seja, enquanto Castro. Dentro deste contexto, alguns investigadores, como J. R. dos Santos Júnior, tentaram interpretar os vestígios estruturais aí registados como fazendo parte integrante desta hipotética realidade antiga, que algumas lendas locais pareciam confirmar. Contudo, as disposições artificiais assinaladas no local não parecem assemelhar-se às identificadas noutros sítios cultuais existentes na zona, como no caso particular de Panóias. E mesmo que algum do espólio recolhido pareça apontar para uma utilização deste espaço durante a Idade do Ferro, a parte mais significativa dos materiais cerâmicos encontrados indiciará a fruição deste lugar em plena Idade Média.
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