O actual palácio de Portuzelo tem origem numa propriedade medieval (com existência segura no século XIII), tutelada por uma casa senhorial à época detida por Fernão Lobo e sua mulher, D. Ana Lobo Barreto. Infelizmente, nada se sabe sobre a configuração original do conjunto, perdida nas sucessivas renovações por que passou ao longo da história. No final do século XVII, a propriedade ainda se encontrava na posse dos descendentes daquele casal, tendo D. Maria Lobo promovido uma integral renovação do paço.
Também esta última campanha de obras não chegou aos nossos dias. Em 1853, sendo proprietário António Pereira da Cunha, deu-se início ao monumental palácio romântico que hoje se conhece. A intenção do seu titular foi actualizar a residência ao gosto então em voga na Áustria e na Alemanha, onde se havia deslocado para assistir ao baptizado do filho de D. Miguel I. O resultado foi um projecto ímpar no Alto Minho.
É um edifício de planta rectangular, regular, enriquecido por torre central mais elevada no centro do pátio, evocando as características torres de menagem românicas. Em alçado, as fachadas são marcadas por coroamento de ameias com guaritas nos ângulos (solução que se repete na torre), sendo as janelas de estilo neo-manuelino e neo-tardo-gótico. Ao centro da fachada principal, o andar nobre integra varandim panorâmico axial, a que se acede por cinco vãos contínuos de arco trilobado. As extremidades são idênticas entre si, marcadas por janelões de arcos de volta perfeita inseridos em molduras neo-manuelinas. Em redor do castelo existe um fosso, hoje parcialmente entulhado.
Em 1977, os herdeiros de António Pereira da Cunha venderam o imóvel a José Pulido de Almeida, mas o conjunto permanece em adiantado estado de ruína.
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