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sábado, 3 de maio de 2008

Castelo de Ansiães - Carrazeda de Ansiães - Bragança

 

Castelo de Ansiaes - Carrazeda de Ansiaes - Braganca - IPPAR 2006 - 1

 

"Com uma implantação geográfica que lhe confere excelentes condições naturais de defesa, o Castelo de Ansiães revela-se com uma história milenar, cujo início se fixa, por volta do III milénio A.C. [...].

Esta vocação para a defesa natural adquire particular importância durante o processo da Reconquista Cristã. Nesta altura Ansiães obtém a sua primeira carta de foral. O documento outorgado em meados do séc. XI pelo rei leonês Fernando Magno, constitui um dos mais antigos forais do espaço geográfico definido pelas actuais fronteiras do território português.

Durante a fase alti-medieval, o local possuía já uma longa e reminiscente herança cultural, factor decisivo para se estruturar como centro fulcral na zona fronteiriça do rio Douro.

Os séculos XII, XIII, XIV e XV, definem um período exponencial do crescimento deste reduto amuralhado.

Afonso Henriques em 1160; Sancho I, 1198; Afonso II, 1219 e finalmente D. Manuel I, em 1510 reconhecem e promulgam forais ao termo à Vila amuralhada de Ansiães. [...].

A vila impõe-se progressivamente como a cabeça de um território que abrange um espaço diversificado de recursos e onde vão proliferando pequenos aglomerados e casais agrícolas. Será nesse contexto que em 1277 o rei D. Afonso III lhe concede carta de feira. O processo dinâmico que conduziu à monumentalidade de Ansiães testemunha o seu antigo prestígio dentro da região transmontana, onde ao longo de toda a Idade Média se instituiu como um importante espaço concelhio. [...].

Contudo, o final do séc. XV, e particularmente o séc. XVI, marcam o início de uma transformação demográfica traduzida numa perda cada vez mais acentuada da importância urbana, em função do desenvolvimento de outras localidades que constituíam o território concelhio. [...]. Nas centúrias seguintes este movimento acabou por se agudizar, culminando na transferência dos paços do concelhos para Carrazeda, acto que ocorreu em 1734 pelo facto de no antigo reduto residir um número bastante reduzido de pessoas.

Actualmente são ainda perceptíveis dois espaços distintos que constituem os principais elementos caracterizadores do urbanismo medieval.

O primeiro espaço, situado a cotas mais elevadas, corresponde à primitiva implantação roqueira. Este perímetro amuralhado é definido e organizado a partir uma muralha de configuração ovalada que se reforça com cinco torreões quadrangulares. Aqui podem-se reconhecer um conjunto de vestígios estruturais em estrita articulação com a torre de menagem e seus respectivos anexos. É também neste espaço que se situa a cisterna do povoado e uma série de alinhamentos de alicerces que fazem adivinhar a presença de antigos edifícios com uma suposta funcionalidade militar. Trata-se de uma área com uma autenticada especialização defensiva, uma espécie de último reduto destinado a albergar os moradores em caso de contenda bélica. O segundo espaço define a zona urbana propriamente dita. Uma segunda linha de muralhas, com uma extensão superior a 600 metros e três torres quadrangulares, circunda um perímetro onde actualmente apenas proliferam grandes quantidades de derrubes, algumas estruturas medievais e modernas, bem como pequenos muretes e paredes de antigos edifícios.

Toda esta organização urbana obedecia a um plano centrado em vários caminhos que se intercediam entre si, estruturando desta forma pequenos bairros ou áreas residenciais."


Fonte: IPPAR - [António Luís Pereira e Isabel Alexandra Lopes]

 

Castelo de Ansiaes - Carrazeda de Ansiaes - Braganca - IPPAR 2006 - 2

OUTROS LINKS:

  • Inventário do Património Arquitectónico (DGEMN)
  • Instituto Português de Arqueologia
  • Castelo de Ansiães (Pesquisa de Património / IPPAR)
  • Castelo de Ansiães (pt.wikipedia)
  • Castelo de Ansiães (bragancanet)

     

     

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