Situado no monte da Penenciada, debruçado sobre o rio Angueira, a uma altitude aproximada de 600 metros, foi mandado edificar por Mendo Rufino, no reinado de D. Afonso Henriques e oferecido a D. Sancho I, que em recompensa lhe doou o senhorio de Vimioso.
História do Castelo de Algoso
A antiga linha defensiva da nacionalidade portucalense ao longo da margem esquerda do rio Sabor até à confluência da ribeira de Angueira era constituída por quatro castelos: de dois - o de Milhão e o de Santulhão - já nada existe e dos dois restantes o de Outeiro e o de Algoso, este último é sem dúvida o mais impressionante.
Ocupa uma posição privilegiada, num promontório rochoso e alcantilado, a uma altitude de 681 metros, na extremidade formada pelo rio Angueira e pelo rio Maçãs. Foi edificado por Mendo Rufino, no reinado de D. Sancho I. Algum tempo depois, D. Sancho II concedeu-o à Ordem do Hospital.
Neste castelo de Algoso residia o representante do rei que arrecadava os direitos reais em terras de Miranda e Penas Roias. Em 1710, por ocasião da guerra dos Setena Anos, pouco depois da queda de Miranda, fizeram os espanhóis diversas surtidas em terras de Vimioso, atacando, entre outras, a antiga vila de Algoso, que contudo conseguiu manter a sua praça. Em termos de área, é um castelo diminuto. Tem uma planta rectangular, e a entrada a norte, onde a muralha está actualmente muito danificada.
Subsiste ainda a torre de menagem, no interior da qual são visíveis sinais de ter possuído três registos, sendo os dois primeiros para habitação e o último de defesa. É impressionante a paisagem que do castelo se avista.
Castelo de Algoso:
O Castelo de Algoso ergue-se ao sul da povoação e Freguesia de mesmo nome, Concelho de Vimioso, Distrito de Bragança em Portugal.
Em posição dominante sobre o cabeço da Penenciada, domina a planície envolvente e a confluência da ribeira de Angueira com o rio Maçãs. Na região de clima frio de Trás-os-Montes, de seus muros avistam-se a serra da Sanábria, a de Bornes e a de Nogueira, enquadrado na Área Turístico-Promocional das Montanhas de Portugal.
História
Antecedentes
Embora os autores mais antigos acreditem que a primitiva ocupação humana de seu sítio remonte a um castro pré-histórico, a recente pesquisa arqueológica confirmou que a mesma ocorreu em diversas fases desde o período Calcolítico) até à ocupação romana, embora não necessáriamente em termos militares.
O castelo medieval
À época da Reconquista cristã da península Ibérica, a primitiva linha de limites do condado portucalense com o reino de Leão, estava fixada ao longo da margem esquerda do rio Sabor até à sua confluência com a ribeira de Angueira. Esta raia era vigiada por quatro sentinelas: o Castelo de Milhão, o Castelo de Santulhão (ambos já desaparecidos), o Castelo de Outeiro de Miranda (em ruínas) e este Castelo de Algoso. Complementavam a defesa principal do setor nordeste transmontano os castelos de Penas Róias, de Mogadouro e, embora mais distante, o de Bragança.
Os estudos mais recentes indicam que a edificação da primitiva estrutura do castelo remonta a algum momento no final do reinado de D. Afonso Henriques (1112-1185), quando seu filho Sancho já exercia o poder régio. Conforme registrado nas Inquirições de 1258, foi seu construtor um senhor local, Mendo Bofino (ou Mendo Rufino), que recebeu em troca o senhorio da vila de Vimioso.
A partir de 1224, a primitiva estrutura foi radicalmente alterada, altura em que o castelo foi doado por D. Sancho II (1223-1248) à Ordem dos Hospitalários (denominada, a partir do século XVI, como Ordem de Malta), depois de um relativamente longo período de guerra com Leão. À época, este castelo constituía-se no expoente máximo do poder local, residência do representante real encarregado da arrecadação dos direitos reais em terras de Miranda e Penas Róias.
A antiga vila e concelho de Ylgoso, Ulgoso ou São Sebastião de Algoso, integrava o bispado e distrito de Bragança. No ano de 1230 a Ordem do Templo e a de São João do Hospital fizeram concordata, em Coimbra, sobre várias terras em litígio entre as quais entrava Ylgoso (Algoso), Vila Chã, Atenor, Penas Róias, Paradela e outras, fora do bispado de Bragança.
Em 22 de Junho de 1239 fez D. Pedro Costem, comendador da Ordem do Templo em Portugal, composição entre as comendas do Mogadouro e Penas Róias, pertencentes à sua ordem, e a de Algoso.
A 13 de Fevereiro de 1291, D. Dinis (1279-1325) fez composição, em Coimbra, com o Grão-Comendador de São João do Hospital, D. Fernão Peres (o Mossejo), acerca da comenda de Algoso e de outras terras próximas. A importância desta decorria dos rendimentos auferidos anualmente pelo seu comendador: de sete a oito mil cruzados, incluindo-se neste montante a de duas partes dos frutos das abadias de Travanca, Sendim, Vilar Seco, Duas Igrejas e Guide. Este soberano teria determinado ainda a realização de obras de reparo e melhorias no castelo.
Na posse dos Hospitalários, o castelo foi transformado numa fortificação em estilo gótico, destacando-se a construção da sólida torre de menagem, com a função de residência do comendador, e de um torreão na muralha a sul.
Em 1480 Algoso recebeu foral de D. Afonso V (1438-1481), confirmado por D. Manuel (1495-1521) em 1 de Junho de 1510 (Foral Novo). Nesse período, a povoação e seu castelo encontram-se figurados por Duarte de Armas (Livro das Fortalezas, c. 1509). O Numeramento de 1530, refere que, no castelo, só vivia o alcaide.
Do século XVI ao século XVIII
Quando da crise de sucessão de 1580, Diogo Fernandes de Almeida, pai de do frei Gonçalo de Azevedo, cavaleiro da Ordem de Malta, comendador e alcaide-mor do Castelo de Algoso entre 1588 e 1610, tomou partido pelo prior do Crato. À época da Dinastia Filipina, D. Filipe I concedeu carta de privilégios à Câmara Municipal de Algoso (1 de Janeiro de 1592).
Em 1684, encontrava-se entre as muitas estruturas que se encontravam abandonadas e em ruínas no reino. À época da Guerra dos Sete Anos, pouco depois da queda de Miranda do Douro em 1710, os espanhóis empreenderam diversas surtidas saqueando as terras de Vimioso. Guarnecida por um pequeno efetivo, sob o comando de um alferes, a vila de Algoso conseguiu resistir sem ser ocupada.
Mais tarde, o governo militar da praça foi exercido por um capitão-mor, um sargento-mor e quatro capitães de ordenança.
Do século XIX aos nossos dias
Durante a Guerra Peninsular, o juiz de fora de Algoso, Jacinto de Oliveira Castelo Branco, recusou-se a reconhecer a soberania francesa e, mesmo após a partida da Família Real para o Brasil, tendo os franceses declarado abolida a dinastia de Bragança, continuou a usar o nome de Sua Alteza Real nos processos sob sua responsabilidade.
Em meados do século XIX, o concelho de Algoso foi extinto, passando a integrar o concelho de Vimioso (1855).
No século XX, a partir de 1944, o castelo recebeu pequenas obras de beneficiação por parte da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), sendo classificado como Imóvel de Interesse Público por Decreto nº 40.361 de 20 de Outubro de 1955. Posteriormente, entre 1974 e 1977 foram promovidos trabalhos de conservação das muralhas e muros de acesso, bem como a consolidação dos degraus do acesso ao portão do monumento.
Recentemente, em 2004 novas etapas de intervenção tiveram lugar, sob a responsabilidade do IPPAR em parceria com a autarquia de Vimioso, reforçando a importância do castelo no circuito turístico da região.
Características
O castelo foi erguido em alvenaria de xisto quártzico e granito, na cota de 681 metros altitude sobre um afloramento rochoso. De pequenas dimensões, apresenta planta orgânica (adaptada ao terreno), com o formato rectangular.
Na muralha a norte, rasga-se o portão de entrada em arco pleno, acedido por uma escada em degraus talhados na rocha. O portão é defendido por um cubelo, hoje sem os seus merlões, onde se destacava um balcão com matacães. Franqueando-se o portão, abre-se uma reduzida praça de armas de onde, por sua vez, se acede a torre de menagem, de planta heptagonal, em três pavimentos. Os dois primeiros destinavam-se a habitação e o último, à defesa.
Num torreão, na face leste dos muros, abriram-se espaços destinados a peças de artilharia.
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