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domingo, 22 de março de 2009

Castelo de Alcanede - Santarém

 Castelo de Alcanede

Resgatado da ruína por uma intervenção da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, que decorreu entre 1941 e 1949, o castelo de Alcanede permanece como marco histórico na paisagem, mas não permite hoje compreender a sua importância ao longo de sucessivas vagas civilizacionais que aqui se sobrepuseram.

De fundação provavelmente romana, sobre um antigo castro, a primitiva estrutura foi aumentada e renovada durante a Alta Idade Média. Conquistado às forças muçulmanas pelo conde D. Henrique, em 1091, a passagem para a posse definitiva dos cristãos deu-se já no reinado de D. Afonso Henriques, na mesma campanha militar que possibilitou as marcantes conquistas de Santarém e de Lisboa.

O seu primeiro alcaide foi D. Gonçalo Mendes de Sousa, mordomo-mor de D. Afonso Henriques, a quem coube as tarefas de reedificar e actualizar o recinto amuralhado e de povoar e organizar a vila.

A partir do reinado de D. Dinis, a vila e o castelo de Alcanede passaram para a posse da Ordem de Avis, dando corpo a uma antiga intenção da coroa. Datam desse período as obras mais importantes, como a construção da Torre de Menagem, com o seu coroamento merlanado, assim como muitos outros vestígios identificados aquando da reedificação da década de 40 do século XX. Em 1370, em pleno reinado de D. Fernando, os homens de Alcanede foram identos de participar nas obras do castelo de Santarém, desde que reparassem as próprias muralhas do castelo de Alcanede.

O reinado de D. Manuel significou uma nova era de prosperidade para a vila. Para além do foral que outorgou aos seus moradores, em 1514, o rei custeou parte das obras no castelo e na Igreja matriz, ainda que a extensão da reforma efectuada nessa altura na fortaleza seja hoje largamente desconhecida.

É que em 1531 deu-se o violento terramoto que afectou toda a Estremadura portuguesa e que marcou o início da decadência do castelo de Alcanede. Perdida a sua função militar, a importância estratégica da vila decaíu significativamente e em nenhum outro momento da história houve vontade real para reconstruir o arruinado castelo, quer por parte da coroa, quer por iniciativa da Ordem de Avis, a quem o castelo efectivamente pertencia.

Em 1936, a fortaleza estava já em avançado estado de ruína, existindo apenas "alguns panos de muralha em contínua desagregação e dois cunhais". Em 1941 a DGEMN deu ao início às obras de reconstrução, processo que se prolongou pelos nove anos seguintes. De entre os trabalhos então desenvolvidos, destaca-se o levantamento de alguns panos de muralhas e a construção praticamente de raíz de uma série de estruturas, como as torres e os espaços interiores.


Texto: PAF / IPPAR

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