O Forte de São Miguel Arcanjo, também referido como Forte do Morro da Nazaré, localiza-se na vila da Nazaré, no extremo do promontório, a mais de 80 metros de altura. Frente a ele encontra-se a Pedra do Guilhim, um enorme rochedo batido pelas ondas.
História
A primitiva estrutura remonta ao reinado de D. Sebastião (1557-1578), que ali determinou erguer uma fortificação para defesa do povoado piscatório do monte da Pederneira (1577), por cujo porto era escoada a madeira do Pinhal d’El Rey (Pinhal de Leiria) e cujos estaleiros já possuíam importância económica de vulto à época.
Essas obras, entretanto, só ganhariam impulso durante a Dinastia Filipina, quando o rei D. Filipe II (1598-1621), por volta do ano de 1600, determinou reconstruir a primitiva fortaleza de acordo com a planta do arquitecto florentino Giovanni Vicenzo Casale.
Necessitando de reparos no início do século XVII, à época da Guerra de Restauração da independência portuguesa a Coroa determinou a sua modernização e ampliação (1644), quando adquiriu a sua actual conformação.
É um notável monumento militar maneirista, característico da defesa da costa, com planta longitudinal irregular adaptada ao promontório sobre o qual assenta. Possui um baluarte em cada ângulo, grossas muralhas diversas vezes restauradas, com contrafortes, ameias e frestas, dispondo de uma original Praça de Armas no 2º piso. Por cima da porta de entrada, sob um lintel, uma imagem em baixo-relevo de S. Miguel Arcanjo e a legenda “El-Rey Dom Joam o Quarto – 1644”.
Durante a 1ª Invasão Francesa (Junot – 1807/1808), esteve ocupado por soldados de Napoleão I, que a população do Sítio e da Pederneira ajudou a expulsar, tornando-se assim num símbolo da resistência popular.
Em 1903, foi instalado um farol nas suas dependências, com a função de auxílio à navegação naquele trecho do litoral.
O Farol da Nazaré, activo até hoje, com um alcance luminoso de quinze milhas náuticas, completado por um sinal sonoro de aviso em dias de nevoeiro intenso.”
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