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quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Torre de Anto ou Torre do Prior do Ameal - Coimbra

Coimbra - Foto Nanabou - 2007 - 3 

Localizada em plena colina genética da cidade de Coimbra, e originalmente integrada na muralha medieval da localidade, a Torre de Anto é, hoje, uma marca do passado militar da urbe, mas também das múltiplas transformações por que o casco antigo passou ao longo dos séculos.

Na origem, esta torre quadrangular, de telhado de quatro águas, adossava-se ao adarve que circundava toda a muralha e estava ligada, provavelmente, a uma barbacã que aqui terá existido no projecto militar medieval da cidade. Na primeira metade do século XVI, seguindo um processo de privatização das antigas zonas de valor defensivo junto às muralhas, a torre foi adaptada a residência, datando, dessa época, as profundas alterações que imprimiram ao edifício o seu aspecto actual.

Estruturalmente, o adarve foi integrado na construção, acrescentando-se, ainda, um piso acima das ameias que rematavam as muralhas. Artisticamente, remodelaram-se e rasgaram-se novas janelas, conferindo aos alçados o ritmo que, genericamente, hoje conservam. Esta adaptação a residência pautou-se, ao que tudo indica, por uma relativa economia de meios, sendo dessa situação testemunho a escassa ornamentação das cantarias e, mesmo, a disposição aparentemente anárquica dos vãos. A porta principal, de arco quebrado, "com ombreiras lisas meramente chanfradas", atesta igualmente a simplicidade decorativa desta campanha remodeladora, cujo objectivo foi o de dotar uma antiga estrutura militar a uma ampla função residencial. Daí a expansão do edifício em altura, passando a contar com quatro pisos, e a necessidade de se iluminar convenientemente o interior.

Nos séculos seguintes a torre foi ainda objecto de reformas pontuais, como se depreende pela moldura quadrangular da janela do último piso. Nos finais do século XIX aqui viveu o poeta António Nobre, que baptizou esta Torre com o seu actual nome, em substituição da anterior designação de Torre do Prior de Ameal. A ligação de Nobre a este edifício é a principal referência de memória do monumento, razão pela qual o Museu da Cidade de Coimbra decidiu aqui instalar o seu pólo museológico dedicado à "Memória da Escrita", depois de, na década de 80, ter servido de sede à Casa do Artesanato.

Texto: PAF / IPPAR

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