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domingo, 23 de novembro de 2008

Castelo dos Templários ou Castelo de Castelo Branco

Castelo Branco - Paulo Almeida Fernandes - 2006 - IPPAR - 1

Muito adulterado ao longo dos séculos, o Castelo de Castelo Branco permanece como a mais importante memória histórica militar da cidade. A sua origem remonta à segunda metade do século XII e à presença templária na região, sendo o modelo tipológico adoptado o ensaiado numa das mais importantes fortificações cruzadas na Terra Santa, precisamente o castelo de Chastel Blanc. Com efeito, desde a evidente analogia toponímica à área amuralhada sensivelmente idêntica, passando ainda por outros pormenores, como o facto da igreja possuir uma cisterna no sub-solo ou de ela mesmo poder ter sido construída incorporada numa estrutura militar, tudo aponta para uma relação de estreita influência entre estes dois casos, separados por milhares de quilómetros, mas unidos pela mesma conjuntura cruzada que caracterizou a segunda metade do século XII e a própria função da Ordem do Templo.

As primeiras alterações ao conjunto original deram-se logo em época gótica, mais propriamente nos finais do século XIII e no reinado de D. Dinis, um dos monarcas que mais contribuiu para a renovação das estruturas militares medievais portuguesas. Data dessa altura a construção da nova torre de menagem, de planta poligonal, no extremo Noroeste do perímetro, cujas adulterações posteriores determinaram também a sua destruição, mas de que se conserva ainda a memória numa das estruturas integradaa nas ruínas do conjunto. Igualmente se procedeu à construção da segunda linha de muralhas, facto que correspondeu ao crescimento populacional da localidade e à relevância estratégica do castelo. Esta segunda linha de defesa dotou a fortificação de sete portas, definindo-se, então, genericamente, o sistema geral do urbanismo albicastrense que ainda hoje permanece e que lentamente vaii sendo descoberto à medida que se sucedem as intervenções no núcleo urbano da cidade.

A principal campanha reformuladora do castelo ocorreu na transição para a Idade Moderna. Por iniciativa da Ordem de Cristo, aqui se instalou o Paço dos Comendadores, uma estrutura palaciana acastelada magistralmente desenhada por Duarte d'Armas, no início do século XVI, e que foi sucessivamente reconstruída ao longo dos séculos.

Na sua origem, este paço data de finais do século XV e deve ter reaproveitado uma estrutura anterior de origem templária. No século XVIII, a descrição que possuimos deste conjunto aponta para uma planta excessivamente complexa, fruto das sucessivas transformações, e integrando a capela, um pátio interior de grandes proporções e um jardim.

A ruína do paço de Castelo Branco iniciou-se no século XIX, altura em que muitos particulares começaram a considerar este imóvel como uma excelente pedreira para as suas obras, atitude seguida também pela Câmara Municipal, após as destruições efectuadas pelas tropas napoleónicas na cidade. Praticamente em ruínas na década de 30 do século XX, o que restava do castelo foi objecto de uma primeira campanha restauradora pela Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, que privilegiou a consolidação das estruturas ainda subsistentes, a par com a recriação de alguns elementos, como as janelas neo-manuelinas que dão para a cidade.

Mais recentemente, foram efectuadas algumas campanhas arqueológicas, que lograram identificar um vasto espólio medieval contemporâneo da construção inicial do castelo. A renovação do interesse pelo castelo templário de Castelo Branco, actualmente em curso, levou à definição de uma primeira protecção legal para o imóvel e todo o núcleo intra-muralhas, passo legal essencial a uma posterior intervenção no conjunto.


Texto: PAF / IPPAR

Castelo Branco - Paulo Almeida Fernandes - 2006 - IPPAR - 2

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